sexta-feira, 16 de maio de 2014

História da Copa - 1974

Uma revolução tática

O Brasil não conseguiu ao menos fazer lembrar a mágica da seleção de 1970, a Inglaterra sequer se classificou para a Copa do Mundo de 1974 e a Argentina ainda era uma força menor do futebol, mas mesmo assim o Mundial disputado na Alemanha se tornou um marco para o esporte.  Tudo por causa de um carrossel.
Comandados pelo lendário Johan Cruyff, os holandeses voltavam a disputar uma Copa depois de 36 anos. E o retorno foi em grande estilo: apelidada de Laranja Mecânica, a seleção europeia pôs em prática, como jamais havia sido visto, o conceito de futebol total. A premissa tática parece ousada até hoje: os jogadores não tinham posição fixa em campo. Todos deveriam ser capazes de marcar, atacar e armar jogadas, trocando de lugar em velocidade e envolvendo o adversário. É claro que isso exige jogadores acima da média, total entrega tática e muito esforço físico e técnico. E a Holanda contava não apenas com Cruyff, o maestro, mas também tinha nomes como Neeskens, Jansen e Resembrink.
O mentor de tudo isso era o técnico Rinus Michels, que antes havia criado o quase imbatível Ajax do começo dos anos 70. Na Copa, os resultados logo apareceram: 2 x 0 no Uruguai na primeira fase, 4 x 0 na Argentina e 2 x 0 no tricampeão Brasil na segunda fase. Mas havia uma pedra (ou melhor, uma rocha) chamada Beckenbauer no caminho.
Jogando em casa, os alemães ocidentais chegaram a ser vaiados pela própria torcida na primeira fase e demoraram a engrenar. Mas uma vitória sobre a impressionante Polônia, do artilheiro Lato, selou a passagem para a final e mostrou de uma vez por todas a força germânica quatro dias antes da decisão do torneio.
 Mas Beckenbauer e seus companheiros eram as zebras diante do Carrossel Holandês. A Holanda havia marcado 14 gols e sofrido apenas um nos seis jogos anteriores e, assim que o jogo começou, partiu para o ataque sem que os alemães tivessem encostado na bola. Cruyff partiu do meio-de-campo e só foi parado na área, por Uli Hoeness: pênalti com um minuto de partida. Coube a Neeskens marcar o primeiro gol de pênalti em uma final de Copa do Mundo.
Os alemães, no entanto, não desistiram. Eles já tinham experiência em vencer seleções mágicas em decisões de Copa do Mundo depois de sair atrás no marcador. Vinte anos antes, a vítima fora a Hungria de Puskas. Em 1974, sobrou para a Holanda de Cruyff. Aos 25 minutos, Bernd Hölzenbein foi derrubado por Wim Jansen na área e Paul Breitner converteu o segundo pênalti do jogo. Depois, coube a Gerd Müller a honra de marcar o gol que garantiu o triunfo. Assim, o capitão Franz Beckenbauer ergueu a nova taça da Copa, já que a Jules Rimet ficou definitivamente para o Brasil em 70.



História da Copa - 1970

A Copa dos grandes lances do Rei do futebol

Primeira Copa transmitida em cores para todo o mundo pela televisão, o Mundial de 1970 foi marcado por lances plásticos e geniais, protagonizados, principalmente, pela seleção brasileira de craques como Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e Gérson. Desde os primeiros jogos até a final, o escrete canarinho encantou o mundo e arrebanhou a torcida dos anfitriões mexicanos, extasiados com o futebol ofensivo apresentado pelo time comandado por Zagallo.
O México recebia a Copa do Mundo pela primeira vez e a maior preocupação dos atletas era quanto ao calor intenso, já que os jogos teriam de se adequar à televisão europeia, o que resultava em partidas marcadas para horários escaldantes. As novidades foram as duas substituições por equipe e cartões vermelhos e amarelos para melhor visualização das advertências dadas pelos árbitros aos jogadores.
Outro destaque do torneio foi o atacante alemão Gerd Müller, artilheiro com impressionantes dez gols. Ele marcou um na virada sobre o Marrocos, fez três contra a Bulgária e repetiu a conta diante do Peru. Nas quartas de final, marcou, na prorrogação, o gol que eliminou a Inglaterra. O jogo foi um dos muitos que entraram para a mitologia alemã de nunca se entregar em campo. Os germânicos perdiam por 2 x 0 a pouco mais de vinte minutos do fim do jogo. Franz Beckenbauer e Uwe Seeler, no entanto, empataram e levaram a partida para a prorrogação. A ironia foi que, antes de Müller decretar a vitória alemã, o árbitro anulou um gol do inglês Geoff Hurst, justamente o autor de um polêmico gol contra a Alemanha Ocidental na decisão da Copa de 1966. E os alemães tinham Müller, que marcou e garantiu a primeira vitória dos alemães sobre a Inglaterra em uma partida oficial.
Outro jogo que entrou para a história foi a semifinal entre Itália e Alemanha. A partida terminou empatado em 1 x 1, após Karl-Heinz Schnellinger marcar no último minuto do tempo regulamentar e levar os alemães a disputarem mais uma prorrogação. No tempo extra, o maior número de gols marcados na prorrogação em toda a história das Copas: foram cinco, dois deles de Gerd Müller. Os italianos, no entanto, marcaram três, e se garantiram na final. Para os alemães ficou eternizada a imagem do capitão Franz Beckenbauer, que deslocou o ombro e mesmo assim continuou jogando com uma atadura.

Genialidade em campo

Mesmo tendo sofrido com a violência dos adversários em 1966, Pelé chegou a ser questionado por causa do fiasco da seleção brasileira na Inglaterra. Por isso, o Rei cogitou não jogar a Copa de 1970. Mas acabou cedendo e virou o alicerce de um time que, para muitos, ainda hoje seria difícil de ser batido.
A vitória por 4 x 1 sobre a Itália na final deu ao Brasil o direito de levar a Taça Jules Rimet para casa em definitivo. Para delírio dos mexicanos e assombro de espectadores do mundo inteiro, que viram a reluzente camisa amarela se transformar em ícone eterno da magia do futebol, Pelé compilou uma verdadeira antologia de jogadas incríveis em sua perfeita despedida das competições internacionais.
São inúmeros os exemplos de genialidade dados pelo camisa 10: a cabeçada perfeita, no canto direito do gol da Inglaterra, que selou a glória eterna do goleiro Gordon Banks, naquela que é considerada a maior defesa de todos os tempos; o chute dado de trás da linha do meio-de-campo diante da Tchecoslováquia, para desespero do arqueiro adversário, que viu a bola sair por pouco; o magistral drible sem tocar na bola sobre o goleiro uruguaio Mazurkiewicz, na jogada que só não terminou em gol para se tornar ainda mais mítica; e os quatro tentos marcados por Edson Arantes do Nascimento, um deles na final contra a Itália. 
Mas seria injusto atribuir somente a Pelé o encanto criado em campos mexicanos. O time formado por Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson e Clodoaldo; Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino ficou para sempre na memória de qualquer amante de futebol. O último gol marcado pelo Brasil na Copa de 1970, o quarto diante da Itália na decisão, mostra bem a beleza daquela seleção. O lance teve a participação de sete jogadores e culminou em um passe milimétrico de Pelé para o capitão Carlos Alberto Torres mandar às redes. Ao todo, foram seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados, sete deles de Jairzinho, que entrou para a história por ter marcado em todos os jogos da Copa.

Fonte dos dados: Fifa.com

História da Copa - 1966

Festa inglesa, com polêmica na final

Pode-se dizer que a Copa da Inglaterra foi um torneio de zebras, embora o mascote tenha sido um Leão – Willie, o primeiro da história dos Mundiais – e o herói tenha sido um cachorro – Pickles, que encontrou a Taça Jules Rimet em um jardim, após o troféu ter sido roubado. Mas foram mesmo os resultados inesperados, popularmente conhecidos como zebras, que apareceram em profusão nos campos britânicos e marcaram a competição.
Os bicampeões Brasil e Itália, por exemplo, foram eliminados ainda na primeira fase. Os italianos foram derrotados pela Coreia do Norte e desembarcaram em casa sob chuva de tomates atirados pelos irados torcedores. O Brasil, mesmo com Pelé e Garrincha na delegação, não conseguiu mostrar o mesmo futebol das Copas anteriores e também deu adeus mais cedo, depois de ser atropelado pela seleção portuguesa de Eusébio.
Craque e artilheiro do torneio, com nove gols, Eusébio conseguiu levar Portugal ao terceiro lugar, até hoje a melhor colocação da história dos lusitanos. Outro nome que apareceu durante o Mundial de 1966 foi o do alemão Franz Beckenbauer. Aos 20 anos, o Kaiser começou a encantar o planeta e levou a Alemanha Ocidental à final da competição.
Havia chegado a vez dos ingleses, os inventores do futebol. Depois de não se interessar pelas primeiras edições da Copa do Mundo, passar vergonha com uma derrota para os Estados Unidos em 1950 e fazer figuração de 1954 a 1962, a seleção britânica aproveitou a vantagem de jogar em casa e, com uma geração de ouro formada por nomes como Bobby Moore, Alan Ball, Geoff Hurst e Bobby Charlton, enfim levantou a taça Jules Rimet.

Os anfitriões passaram pela Argentina nas quartas de final e contaram com dois gols do craque Bobby Charlton para superar a seleção portuguesa de Eusébio. Mas, na final, um lance polêmico marcou a vitória sobre a Alemanha Ocidental. Geoff Hurst foi o herói do triunfo inglês por 4 x 2 no estádio de Wembley ao marcar três gols na final, dois deles na prorrogação. Hurst detém o recorde de mais gols marcados em uma decisão de Copa do Mundo da FIFA, embora até hoje permaneçam dúvidas quanto à legitimidade do seu segundo gol. A bola bateu no travessão e não teria cruzado a linha, mas o tento foi validado pelo auxiliar Tofik Bakhramov. Emoção nas arquibancadas e festa de norte a sul da Inglaterra.

História da Copa - 1958

O primeiro título do Brasil e o surgimento do Rei

Pelé era apenas um garoto de 17 anos quase desconhecido quando chegou à Suécia, em 1958, para disputar a sexta Copa do Mundo da história. Mas a goleada por 5 x 2 sobre os donos da casa na final e uma atuação de gala ao lado de outro gênio, Garrincha, foram suficientes para dar início à mística que até hoje cerca aquele que depois foi chamado de “Atleta do Século”.
Após a frustração diante da própria torcida, em 1950, o Brasil enfim chegou ao título no Estádio Rasunda e se tornou o primeiro país a erguer a taça fora de seu continente. A Copa na Suécia também consagrou o atacante francês Just Fontaine, cujo recorde de gols (13 em seis jogos) permanece até hoje.
A maior novidade foi que o torneio teve cobertura televisiva internacional pela primeira vez. Três seleções estrearam em Copas do Mundo: União Soviética, País de Gales e Irlanda do Norte. Os dois últimos, ao lado de Inglaterra e Escócia, garantiram que os quatro selecionados britânicos disputassem juntos uma Copa do Mundo da FIFA pela primeira e única vez até hoje.
Os ingleses não foram muito longe e acabaram eliminados pelos soviéticos, embora tenham conseguido segurar o primeiro 0 x 0 da história das Copas, diante do Brasil. Já o País de Gales e a Irlanda do Norte venceram as partidas de desempate da primeira fase contra Hungria e Tchecoslováquia, respectivamente. Nas quartas de final, os galeses tiveram pela frente os brasileiros. Resultado: 1 x 0 para o time canarinho, com gol de Pelé, o primeiro dos 12 marcados por ele em quatro edições da Copa do Mundo.
A anfitriã Suécia permitira que jogadores profissionais atuassem pela seleção nacional e, assim, conseguiu fortalecer seu time, que, mesmo desacreditado, despachou os soviéticos e depois a Alemanha Ocidental para chegar à final.

Inovação tática

Sob o comando do técnico Vicente Feola, a seleção brasileira treinou forte por três meses e excursionou pela Europa antes de chegar à Suécia. A inovação tática do sistema 4-2-4 era uma aposta do treinador, mas o time só deslanchou a partir da última partida da fase de grupos, quando Pelé e Garrincha foram escalados: 2 x 0 na União Soviética.
Na semifinal, jogo duro entre França e Brasil. Vavá abriu o marcador e Fontaine empatou, mas os brasileiros foram para o intervalo em vantagem no marcador graças a um gol de Didi. No segundo tempo, a seleção brasileira aproveitou que os franceses ficaram com um homem a menos, por causa da lesão do zagueiro Bob Jonquet, e coube a Pelé a tarefa de definir a vitória. Ele marcou três gols e selou os 5 x 2.
Outra goleada viria na grande decisão. O Brasil entrou com camisas azuis, já que a Suécia jogava de amarelo. E foram os donos da casa que saíram na frente, logo aos 4 minutos, com gol de Liedholm.  Mas Vavá e Pelé marcaram dois gols cada e Zagallo fechou a conta. Com a simpatia dos suecos desde o começo do torneio, os brasileiros fizeram a festa no Estádio Rasunda, dando a volta olímpica com a bandeira da Suécia. O público também presenciou um nobre encontro: o rei sueco Gustavo Adolfo foi ao gramado felicitar os campeões do mundo, incluindo Pelé, que começava seu próprio reinado.

Fonte dos dados: Fifa.com

História da Copa 1954

O Maracanazo húngaro

O imponderável voltou a deixar suas marcas numa Copa do Mundo. Quatro anos depois de o Brasil ver o título escapar diante do Uruguai,foi a vez de uma das supremacias mais incontestáveis da história do futebol ruir diante da força física e da obstinação dos alemães. A poderosa Hungria, campeã olímpica em 1952 e dona de um futebol extremamente ofensivo e eficiente, chegou à final do torneio com uma marca invejável: 31 jogos de invencibilidade e o retrospecto de uma goleada por 8 x 3 diante dos mesmos alemães na primeira fase.
A maior estrela húngara era Ferenc Puskas, o "Major Galopante". A seleção comandada por Gusztav Sebes tinha outros jogadores de extremo talento. Além de Puskás, destacavam-se os atacantes Sandor Kocsis e Nandor Hidegkuti e o meia Jozsef Bozsik.
Na fase inicial, em cada grupo de quatro países, os dois cabeças-de-chave enfrentavam somente as duas outras seleções e não jogavam entre si. Assim, o técnico da Alemanha, Sepp Herberger, foi para o jogo contra a Hungria sabendo que poderia perder e ainda assim se classificar em segundo lugar se derrotasse em um jogo extra a outra cabeça-de-chave, a Turquia, que os alemães já tinham vencido por 4 x 1. Herberger fez sete mudanças, assistiu a uma sonora goleada diante da Hungria, mas levou uma equipe muito mais forte a vencer por 7 x 2 o jogo extra diante da Turquia para chegar às quartas-de-final.

Chuva de gols

Com 41 gols somente no grupo da Hungria, a competição em solo suíço foi a edição da Copa do Mundo da FIFA com o maior número de gols marcados. Em 26 jogos, as redes balançaram 140 vezes, com uma média superior a cinco por partida. Outro recorde foi o de 12 gols em apenas um jogo, no confronto entre Suíça e Áustria nas quartas-de-final. Os donos da casa fizeram 3 x 0 em 19 minutos, tomaram cinco gols em um período de apenas dez minutos antes do intervalo e acabaram perdendo por 7 x 5.
Mesmo com a chuva de gols, os estreantes Coreia do Sul e Escócia saíram zerados na lanterna dos respectivos grupos. A Escócia levou 7 x 0 do Uruguai, que provou ser o carrasco britânico ao eliminar a Inglaterra nas quartas-de-final , por 4 x 2.
O adversário seguinte do Uruguai seria o vencedor do confronto das quartas-de-final entre Hungria e Brasil. Os brasileiros usavam pela primeira vez a famosa camisa canarinho, escolhida em um concurso nacional. Mas a esperança de conquistar o primeiro título mundial acabou após um encontro turbulento que ficou conhecido como a "Batalha de Berna". Kocsis, que depois viria a ser o goleador da competição com 11 gols, balançou a rede duas vezes na vitória húngara por 4 x 2. O jogo ficou marcado pelas expulsões do húngaro Bozsik e dos brasileiros Nilton Santos e Humberto, além de uma briga já nos vestiários.
Dois gols de cabeça marcados por Kocsis na prorrogação ajudaram a Hungria a obter um resultado idêntico na semifinal diante do Uruguai. A Celeste Olímpica, que havia conquistado as duas únicas Copas do Mundo da FIFA que disputara, conseguiu se recuperar de uma desvantagem de 2 x 0 com dois gols de Juan Holberg, mas no fim teve de aceitar a sua primeira derrota na história da maior competição do futebol mundial. Enquanto os húngaros enfrentavam dois duelos dilacerantes, a Alemanha Ocidental avançava à final sem maiores dificuldades, derrotando a Iugoslávia por 2 x 0 e tirando de letra a vizinha Áustria por 6 x 1. Nesta última partida, os irmãos Fritz e Ottmar Walter marcaram dois gols cada um.

O “Milagre de Berna”

A final foi disputada em um encharcado Estádio Wankdorf no dia 4 de julho de 1954. As condições do tempo eram um bom presságio para a Alemanha Ocidental, pois o capitão e meio-campista artilheiro Fritz Walter tinha notórios problemas com o calor após ter sofrido com a malária durante a guerra. Os torcedores alemães comemoraram o que chamaram de "clima Fritz Walter".
Por sua vez, a Hungria tinha dúvidas sobre as condições físicas de Puskas, que não participara das duas partidas anteriores após ter o tornozelo acertado por Werner Liebrich justamente no primeiro encontro com a Alemanha Ocidental.  Mesmo sem totais condições, Puskas abriu o placar aos seis minutos. Aos oito, os favoritos já faziam 2 x 0 após o goleiro alemão Toni Turek largar a bola nos pés de Zoltán Czibor. No entanto, só foram necessários mais dez minutos para os alemães empatarem. O primeiro gol veio com uma finalização de Morlock. Depois foi Rahn quem concluiu um escanteio cobrado por Fritz Walter.
A chuva seguiu torrencial, a tensão aumentou e somente a trave impediu o gol de Hidegkuti. Mas, faltando somente seis minutos, Rahn pegou a bola na entrada da área e chutou de perna esquerda no ângulo. Ainda houve tempo para Puskas ter um gol anulado pelo bandeirinha antes de o apito final confirmar a derrota da Hungria e o nascimento de uma nova potência do futebol mundial. A partida ficou conhecida como o “Milagre de Berna”.

Fonte dos dados: Fifa.com




História da Copa - 1950

Brasil sofre decepção do tamanho do Maracanã

Com a Europa se reerguendo da Segunda Guerra, coube ao Brasil a incumbência de retomar a rotina quadrienal das Copas do Mundo da FIFA, interrompida em 1942 e 1946 pelo conflito armado. Diante do desafio de receber o evento, o país resolveu entregar ao mundo o maior palco para a prática do futebol no planeta. É bem verdade que andaimes ainda eram vistos na estrutura do Maracanã durante jogos do Mundial, mas o templo do esporte passaria para a eternidade como o palco da maior tristeza esportiva já registrada em terras nacionais: a vitória, por 2 x 1, do Uruguai sobre o Brasil na partida decisiva. O evento ficou conhecido como Maracanazo.
Antes do capítulo épico assistido oficialmente por 174 mil torcedores no estádio do Rio de Janeiro, valem algumas observações sobre o torneio, que teve um quê de inusitado. Primeiro, pela quantidade de baixas. Treze seleções marcaram presença, mas houve desistências significativas, como Argentina e França. Os franceses alegaram ser impensável deslocamentos internos dentro do país de até 3,5 mil quilômetros entre um jogo e outro.
Já a Índia desistiu de enviar seu selecionado ao saber que seus atletas não poderia atuar descalços. A Inglaterra, por sua vez, estreou em mundiais de maneira melancólica. Perdeu as duas partidas que disputou, contra Estados Unidos e Espanha, e voltou mais cedo para casa. Outras duas qualificadas, Escócia e Turquia, também optaram por não enviar suas agremiações.
Os jogos da Copa de 1950 foram disputada em seis estádios: Ilha do Retiro (Recife), Independência (Belo Horizonte), Pacaembu (São Paulo), Durival de Brito (Curitiba), Eucaliptos (Porto Alegre) e Maracanã (Rio de Janeiro).
As 13 seleções se viram de frente com um regulamento pouco ortodoxo. Principalmente porque não houve final propriamente dita. Calhou de Uruguai e Brasil se enfrentarem na última rodada numa partida que valia o título, mas a fase decisiva, na verdade, era um quadrangular, que envolveu também Espanha e Suécia. O Brasil chegou ao duelo definitivo com histórico animador: goleadas por 7 x 1 sobre a Suécia e 6 x 1 sobre a Espanha. Os uruguaios tinham empatado em 2 x 2 com os espanhóis e batido os suecos por 3 x 2. Por isso, o Brasil jogou contra os rivais sul-americanos, campeões da primeira edição da Copa, em 1930, precisando apenas de um empate.   
Diante desse cenário, jornais anunciaram o título antes da hora e políticos afirmaram categoricamente que a taça era nossa. Diante de 174 mil pessoas no Maracanã, a profecia parecia ainda mais nítida quando, aos dois minutos do segundo tempo, Friaça abriu o marcador. A partida em que havia torcedores até no lustre, como costumava dizer o cronista Nelson Rodrigues, reservaria espaço, contudo, para o famoso Sobrenatural de Almeida, entidade também criada pelo famoso escritor. Juan Schiaffino e Alcides Ghiggia fizeram os gols que decretaram o bicampeonato da Celeste e uma fila de mais oito anos para aquele que viria a ser, um dia, o país do futebol.
O trauma com o resultado foi tanto que o uniforme branco, usado pelo Brasil na final, acabou aposentado. Fez-se um concurso para a escolha da nova vestimenta da seleção. O jornalista e estudante de Direito Aldyr Garcia Schlle, de 18 anos na época, foi o vencedor. Após testar diferentes combinações, ele chegou à conclusão de que o que representava a nacionalidade dos brasileiros era o verde e o amarelo (utilizados na camisa). O azul foi colocado no calção e o branco nas meias.

Tragédia e eliminação

Bicampeã mundial nas edições de 1934 e 1938, a Itália chegou ao Brasil extremamente desfalcada para defender os títulos. Vencedora dos Jogos Olímpicos de 1948, a Azzurra perdeu muitos de seus craques num acidente aéreo que matou 19 jogadores do Torino, uma das principais equipes italianas na época. Uma derrota para a Suécia na primeira fase, por 3 x 2, eliminou os campeões ainda na primeira fase. Numa partida apenas para cumprir tabelas, os italianos se despediram do torneio com uma vitória por 2 x 0 sobre o Paraguai.

Fonte dos dados: Fifa.com

História das copas 1938

Bicampeonato da Itália na iminiência da guerra

O fascismo se espalhava pela Europa e a iminência da guerra já podia ser sentida por todos os lados quando a França recebeu a Copa do Mundo de 1938. A Segunda Guerra Mundial entraria para a história com seu início em 1939, mas já em junho do ano anterior, uma série de problemas ameaçou comprometer o espetáculo da bola.     
A Guerra Civil Espanhola começara em 1936 e só iria terminar em 1939. Por isso, os espanhóis não participaram do Mundial de 1938. A Alemanha de Hitler já tinha anexado a Áustria, o que fez o número de participantes da Copa passar de 16 para 15. Os alemães, inclusive, aproveitaram jogadores austríacos para se reforçar. A participação de Itália e Alemanha, inclusive, gerou protestos contra o fascismo de Mussolini e Hitler em uma Europa que já estava polarizada.
Outros desfalques importantes foram a Argentina e o Uruguai. Da América do Sul, apenas o Brasil participou. Os únicos outros dois times fora da Europa foram Cuba e as Índias Orientais Holandesas, que depois se tornariam independentes e se chamariam Indonésia. Foi a primeira e única participação em Copas na história de ambas as seleções. 

Ferrolho

A Copa de 1938 também marcou uma inovação tática que ficou conhecida como “O Ferrolho Suíço”. Tudo graças ao austríaco Karl Rappan, que treinava a seleção da Suíça. Ele inovou ao colocar um líbero para jogar e, assim, conseguiu superar a Alemanha. Ali começava a histórica tradição suíça de formar sólidos sistemas defensivos.

Diamante negro

Único representante sul-americano, o Brasil não fez feio na França. Pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira conseguiu passar das fases iniciais do torneio. Muito graças ao mitológico Leônidas da Silva, que entraria para a história como o inventor da bicicleta. O atacante, que na época vestia a camisa do Flamengo, marcou sete gols na competição, garantiu a artilharia e encantou os europeus. Só não conseguiu dar o primeiro título ao Brasil.
Leônidas fez três gols na vitória brasileira sobre a Polônia, por 6 x 5, mas foi o polonês Ernest Wilimowski que se consagrou como o primeiro jogador a marcar quatro gols em uma partida da Copa. Melhor para o Brasil, que avançou para enfrentar a Tchecoslováquia nas quartas-de-final.
A partida entre brasileiros e tchecos foi praticamente uma batalha de guerra. O saldo: três expulsões, um braço quebrado (do goleiro tcheco Frantisek Planicka) e uma perna fraturada (do atacante Oldrich Nejedly). O empate em 1 x 1 levou a decisão para um jogo extra, 48 horas depois da primeira partida. No tira-teima, Leônidas marcou mais um gol e ajudou a Seleção Brasileira a vencer por 2 x 1. O Brasil chegava à primeira semifinal de sua história.
O técnico Ademar Pimenta resolveu não escalar Leônidas para enfrentar a Itália. Segundo o treinador, o artilheiro estaria contundido, mas a polêmica dura até hoje. Sem seu principal craque, o Brasil não conseguiu evitar que a Azzurra vencesse por 2 x 1. Na decisão do terceiro lugar, o Diamante Negro voltou e marcou dois gols sobre a Suécia – a partida terminou com o placar de 4 x 2. O Brasil voltou para casa com sua melhor campanha em Copas e, de quebra, o artilheiro do torneio.

A força da Itália 

Campeã em casa sob os olhares de Benito Mussolini, a Itália também conquistou a medalha de ouro olímpica em 1936 antes de entrar em campo para buscar o bicampeonato mundial. Mas apenas quatro campeões de 1934 continuavam no elenco, sem contar o técnico Vittorio Pozzo. Um dos craques era o meia Giuseppe Meazza, que muitos anos depois batizaria o estádio da Internazionale de Milão.
A campanha da Azzurra começou com uma vitória sobre a Noruega graças a um gol de Silvio Piola na prorrogação. Nas quartas de final, diante de 59 mil torcedores, a Itália enfrentou a anfitriã França. Por ordem de Mussolini, o uniforme era preto. Mais dois gols de Piola garantiram a vitória italiana.  Na semifinal, os italianos superaram o Brasil, beneficiados pela ausência de Leônidas da Silva.
Na outra semifinal, a Hungria derrotou a Suécia por 5 x 1, com show de Gyula Zsengellér, que marcou três gols. Mas os húngaros não foram páreo para os italianos na grande decisão. Piola fez outros dois gols e garantiu o 4 x 2. A Itália se tornava a primeira seleção a conquistar um bicampeonato consecutivo da Copa. O Brasil levaria 28 anos para fazer o mesmo. Depois disso, nenhum outro país conseguiu.

Fonte dos dados: Fifa.com

História da copa - 1934

História da copa
1934 - O nascimento de um gigante do futebol
Sob olhos atentos do ditador Benito Mussolini, a Itália cumpriu a dupla missão de se projetar no cenário esportivo e político internacional com o título na Copa do Mundo de 1934. O segundo mundial organizado pela FIFA despertou o interesse de 32 seleções. Isso tornou necessário, pela primeira vez, a realização de eliminatórias. A própria Itália, mesmo sendo a anfitriã, precisou disputar uma seletiva contra a Grécia para garantir sua participação. A ausência mais significativa foi a da equipe campeã de 1930. O Uruguai abriu mão de defender o título, fato que nunca mais se repetiria na história dos mundiais, como forma de dar uma resposta ao boicote italiano na edição de quatro anos antes.
No âmbito tecnológico, uma das grandes novidades foi a transmissão radiofônica ao vivo das partidas em 12 países. Com a bola rolando, a hegemonia europeia mostrou-se evidente. Os oito classificados para as quartas-de-final pertenciam ao Velho Continente. O regulamento era em estilo mata-mata. As 16 equipes qualificadas para a fase final duelavam em partida única. Em caso de empate, prorrogação. Se a igualdade persistisse, novo duelo no dia seguinte.
No confronto decisivo, diante de 50 mil torcedores, Raimondo Orsi e Angelo Schiavio foram os autores dos gols da Itália. Na verdade, uma virada digna de título. A Tchecoslováquia fez 1 x 0 aos 36 minutos do segundo tempo. Os italianos acharam o empate no fim e conseguiram o troféu na prorrogação.
A campanha dos campeões foi consistente. Na estreia, aplicaram a maior goleada do torneio: 7 x 1 sobre os Estados Unidos. Nas quartas-de-final, precisaram de duas partidas para eliminar a Espanha. O primeiro duelo terminou em 1 x 1. A segunda partida foi vencida pelos italianos por 1 x 0, em que pesem as muitas reclamações dos ibéricos por gols supostamente mal anulados.
Na semifinal, os italianos bateram a Áustria por 1 x 0. Os adversários eram conhecidos por seu futebol de toques curtos e pela ofensividade. Há quem diga que a Itália contou com a “ajuda providencial” de São Pedro, que mandou muita chuva no dia do embate, encharcou o gramado e igualou as condições das equipes.
Brasil novamente coadjuvante
Sem os uruguaios, então campeões, coube a Brasil e Argentina o papel de representantes da América do Sul no Mundial de 1934. Os dois países, que viriam a se tornar grandes forças do futebol, tiveram participações periféricas. Os argentinos caíram na estreia diante da Suécia, por 3 x 2, e os brasileiros perderam para a Espanha. A Argentina jogou sem qualquer atleta da equipe de 1930. Vários atletas mudaram de lado e adotaram a Itália, país de origem de muitas das famílias dos jogadores. Um deles, o meia Luisit Monti, teve atuação decisiva na conquista italiana.
O Brasil repetiu a receita malsucedida da Copa anterior. Dirigentes dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo não conseguiram resolver as desavenças políticas e o time, que viajou 15 dias de navio até a Itália, não passou do primeiro duelo, na pior campanha do país na história dos mundiais: 3 x 1 para a Espanha. Dessa vez, o pano de fundo da discussão era uma discordância entre o aproveitamento ou não de atletas profissionais. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) condenava o profissionalismo adotado por muitos paulistas. No fim, a seleção acabou composta por um elenco eminentemente do Rio de Janeiro, com nove atletas do Botafogo. Houve apenas um treino antes da estreia. O gol solitário da campanha nacional foi de Leônidas da Silva, que começava a construir sua história na Seleção Brasileira.


História da Copa - 1930

História da copa
1930 - Uruguai confirma a hegemonia

Não era uma missão fácil. América e Europa sofriam consequências da crise econômica de 1929, que causou desemprego em série e falências generalizadas, de empresas de pequeno porte a grandes bancos. O futebol, organizado oficialmente pela FIFA desde 1904, ainda engatinhava enquanto modalidade e não tinha nada similar a uma estrutura profissional.
Mas, se o cenário conjuntural não ajudava, escolher o Uruguai como sede fazia todo o sentido no âmbito esportivo. A equipe sul-americana venceu as edições de 1924 e 1928 dos Jogos Olímpicos, feito que justificou o rótulo de Celeste Olímpica, até hoje ostentado pela seleção uruguaia. Também ajudava, no plano simbólico, o fato de o Uruguai completar 100 anos de independência em 1930.
Com esse misto de argumento econômico e técnico, o congresso da FIFA realizado em Barcelona, em 1929, definiu que a primeira edição do Mundial no Uruguai. Na prática, houve um quê de improviso, na base do convite, sem eliminatórias. Apenas quatro equipes do Velho Continente toparam a empreitada de cruzar o Atlântico em navios, casos de França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia. Completaram o torneio oito seleções sul-americanas, Estados Unidos e o México. O sorteio das chaves só foi definido quando todas as equipes já tinham chegado ao Uruguai. As partidas foram disputadas em apenas três estádios de uma única cidade, a capital Montevidéu.
Na final, no Estádio Centenário, com capacidade para 100 mil torcedores, Uruguai e Argentina mediram forças. Mesmo com desvantagem de 2 x 1 no intervalo, a Celeste levou o título com três gols na etapa final: 4 x 2. O presidente da FIFA, Jules Rimet, entregou ao capitão José Nazassi o troféu. O dia 31 de julho, data seguinte à decisão, foi declarado feriado nacional uruguaio.
Brasil coadjuvante
A estreia da Seleção Brasileira nos Mundiais exigiu uma viagem de 15 dias de navio e refletiu um racha entre dirigentes do Rio de Janeiro e de São Paulo. A comissão técnica da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) foi montada sem a presença de integrantes da Associação Paulista de Esportes Atléticos. Em retaliação, São Paulo vetou a convocação de jogadores que atuavam no estado. Assim, nomes importantes na época, como Arthur Friedenreich, Feitiço e Armando Del Debbio não vestiram a camisa da seleção que atuou no Uruguai.
Aquém de seu potencial máximo e diante de um rigoroso frio no inverno uruguaio, a equipe nacional foi derrotada na estreia pela Iugoslávia, por 2 x 1. Coube a Preguinho a honra de marcar o primeiro gol brasileiro em mundiais. O revés diante dos europeus significou a eliminação do Brasil, já que a Iugoslávia bateu a Bolívia por 4 x 0 e apenas uma equipe seguia para a semifinal. A seleção se despediu do Uruguai com uma goleada de 4 x 0 contra a mesma Bolívia, com dois gols de Moderato e outros dois de Preguinho.

Tarefa - Professora Antônia Martins - Matemática

Tarefa no livro

Página 23


Atividade nº 90.



quarta-feira, 14 de maio de 2014

Trabalho - Educação Física - Turma D1 - Professor Victor Moreira

Assunto: Copa do mundo

História das copas (texto)

Montar maquete do campo de futebol no isopor.
entregar dia 23 de Maio de 2014

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Turma E1 - História - Professora Antônia Dias


Responda:


1) Onde se situava a colônia portuguesa na metade do século XVIII?


2) Que outros países europeus tinham colônias na América no mesmo período?


3) Por que Portugal e Inglaterra tiveram problemas no final do século XVIII?